quarta-feira, 15 de abril de 2009

MEMÓRIA - 4 (7)

MEMÓRIA - 4 (7)
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Entrelinhas de uma Memória
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São Salvador do Congo - Fonte Wikipédia
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Substituída a escolta (1), de novo a coluna se pôs em marcha rumo a São Salvador do Congo, onde chegaríamos sem novidade já ao fim do dia. São Salvador era uma cidade de fronteira com alguma dimensão, duas ou três centenas de habitantes maioritariamente negros, uma ou outra loja de comércio, dois ou três pequenos restaurantes. E era aí que se encontrava o Comando Militar de todo o sector fronteiriço.
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Fonte: wikipédia
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Aproveitámos para repousar um pouco e tomar uma refeição quente. A informação de que só retomaríamos a marcha na manhã do dia seguinte seria felizmente alterada. E, agora escoltados pela tropa de São Salvador, rumávamos a Cuimba.
A decisão foi muito agradável para nós, por sermos poupados a mais uma noite ao relento, mas (saberíamos depois) revestiu-se de vários perigos. Porque a ligação São Salvador-Maquela do Zombo era das mais fustigadas pelo inimigo, que com frequência aí colocava minas anticarro, mas também porque o clarão provocado pelos faróis das viaturas, serpenteando a mata, iluminava a noite, denunciando a nossa presença ao longo das seis dezenas de quilómetros, tornando-nos assim num alvo demasiado fácil.
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(1) Este sistema de rendição das escoltas estaria na base de muitas das baixas entre as tropas portuguesas. Ao inimigo bastava tão-só aguardar pelo regresso, colocar minas antipessoal num troço da picada, matar o condutor da primeira viatura e ver como os nossos militares morriam ao cair nas minas. No fim, vinham para o tiro de misericórdia nos que ainda apresentassem sinais de vida.
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Continua





1 comentário:

Anónimo disse...

Há um "selito" para si no meu blog. Abraço

5ª TERTÚLIA A 02 DE JULHO

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COM A ARTE NO OLHAR